30/07/2013

Dica # 8

Nunca, por nunca, partam um CD ao meio. Eu sei de quem já o tenha feito - ehrr - e acaba mal. A menos que, é claro, não sintam o amor pelos vossos olhos, têmporas ou qualquer outra parte aleatória onde os milhares de partículas se podem ir espetar. Ou então em alguém que vá ali a passar e tenha a pouca sorte de levar com um vidrinho-plastiquinho daqueles. Por acaso, quem - ehrr - eu sei que fez isso, teve uma sorte do catano. Mas lá que aquilo parece uma bomba, a disparar limalhas em todas as direcções, lá isso parece. Vista a coisa por outro prisma, é um espectáculo bonito de se ver. Mas façam-no de óculos protectores, se tiver mesmo que ser.

Paz à sua alma

Como um final nunca vem só, como já tive que me despedir em tempos do meu perfume de toda a vida, para o qual voltaria hoje se ele voltasse à vida e como já tive que me despedir de tantas outras coisas - porque tudo na minha vida passa a "descontinuado" de um dia para o outro -, Lash Queen Sexy Black também se foi, assim como toda a Helena Rubinstein, que fez um manguito ao mercado português e retirou-se. Acabou a marca, adeus. 

Cais título cais carapuça, aqui mando eu, hom'essa!


E ir lá à senzala buscar as minhas coisinhas e deixar isto no ambiente de trabalho da capataz, não era lindo?

29/07/2013

Eu tenho problemas com médicos # 10

As férias estão a fazer-me mal. Estou há um dia em férias e acho que vou voltar mais cedo para a oficina.  Já nem ao médico sossegada me permito ir. Na sala de espera começa-me logo a correr mal a coisa: está a televisão ligada e tenho uma visão do inferno.


Cristina. Vê-se mal, mas não é da baixa qualidade do print, é mesmo uma alegoria ao modo como eu encarei esta imagem. Cristina. Está tudo mal. O cabelo. A blusinha. A saia (?). As pernonas. A sandalete. STOP. Retirem-me deste mundo. Mais não, eu sou pequenina e não aguento, mamããããã!

Então está combinado. Tu não voltas a deixar que te façam esta merda e eu não volto a proferir o teu nome, nem em vão nem em venham. Nunca mais.


Dica # 7

Só porque sou tão boa é que venho aqui deixar esta dica. Avessa como sou a imitações e contrafacções, fiquei totalmente rendida à Equivalenza, no dia em que lhe fiz o teste com os meus dois maiores amores: Light Blue - Dolce & Gabbana e Escale à Portofino - Christian Dior. São iguais, mas iguaizinhos, e custam 1/4 do preço. Se isto não é de uma bondade sem limites, então também não sei o que vos diga mais.  

27/07/2013

O que é que aconteceu a esta?

Ainda não percebi se esta senhora bateu com a cabeça e, em caso afirmativo, em que zona dela, tipo têmpora direita, base do crânio, nuca, onde? 

(CF em modo cabelo-queca e boca extremamente sensual, sem medo de invejas)

Numa semana diz que não tem medo de invejas. Mas quem é que tem inveja desta passarinha, que nem gira nem inteligente, nem interessante, nem engraçada, nem coisa nenhuma é? Andará a chamar as invejas a si, para as poder transformar em energias positivas, a alquimista?

(CF em modo cabelo-sujo e boca extremamente aberta, com receio de falhar)

Na semana seguinte diz que tem receio de falhar não sei a propósito de quê. Crisfer, transforma lá isso em energias positivas, que já não falhas o alvo, seja lá ele qual for. 

Mais uma liçãozinha de português

Vamos esquecer que toda a gente ignora a existência de acentos. Que dúvida e duvida não é tudo a mesma coisa. Que é quem lê que tem que adivinhar o que é que o Autor quer dizer quando escreve sai ou saí. Cada um que veja pelo contexto. Um bocado como os piscas, que ninguém faz. Abrandam aquilo à nossa frente e nós temos que adivinhar que, do nada, vão parar no meio da estrada. Ou mudam de direcção, de repente, nomeadamente quando vão para a esquerda, e nós que adivinhemos que eles vão desaparecer do nosso caminho, não sem antes estacarem à nossa frente. Ou põem o pisca para a direita e mudam para a esquerda, que ninguém tem nada a ver com isso. Acontece bastante e é chato.

Agora eu vinha aqui por outros motivos. É que estou farta de ouvir - televisão incluída, telejornais incluídos - a bela expressão

voltar a recomeçar

voltar a refazer

voltar a reconstruir 

Volta-não-volta levamos com isto. E é assim: recomeçar, refazer, reconstruir já incluem a REpetição. Ninguém volta a recomeçar coisa nenhuma, a menos que o faça pela terceira vez. Agora comigo:

recomeçar / voltar a começar

refazer / voltar a fazer

reconstruir / voltar a construir

And so on and on and on. Não me arranhem mais os ouvidos, por obséquio. Grata.

Addicted to Ricardo Adolfo


Iu-hu, já cá canta mais um!

Preety Screw*, the almost famous reader of Ricardo!

* e não, não há engano na tradução.

AMEI a Mizé

26/07/2013

Talião

Olho por olho. Era porem esse gajo a assistir a 80 funerais de enfiada. E com convite para assistir aos que ainda falta acontecerem, dos 94 feridos. Depois, calmamente, sem pressas, porem-no a circular ao dobro da velocidade permitida (pelas leis da física, oh anta!) num twister qualquer, contra um muro. Isso é que era a bonita.

Hoje está-me mesmo a apetecer fazer mais uma denúncia


No posto de abastecimento Tangerina (GALP) ao pé do liceu francês, se o contribuinte quiser uma factura, a coisa processa-se da seguinte maneira:

1. Pára o carro junto da bomba escolhida.
2. Entra na loja.
3. Diz ao que vai e pede factura.
4. É obrigado a preencher uma ficha de cliente com vista à obtenção da factura - primeira ilegalidade, primeiro obstáculo para vencer o contribuinte pelo cansaço.
5. Paga.
6. Não lhe é passada a factura neste momento - segunda ilegalidade, segundo obstáculo para vencer o contribuinte pelo cansaço. Independentemente de já ter abastecido ou não, já pagou, a factura é-lhe devida neste momento. Pode ser um excêntrico, que só quer pagar combustível e ir-se embora sem abastecer, que ninguém tem nada a ver com isso. Comprou a gasolina, comprou o gasóleo, pode usar a puta da mangueira para o que lhe der no ginete, desde regar-se à doida, a beber tudo o que pagou ou fazer dela outro uso qualquer ainda mais prosaico, com direito a rega no final e tudo.
7. Sai da loja.
8. Abastece (se lhe apetecer).
9. Entra na loja.
10. Recebe a factura - porque não é um contribuinte fiscal. Porque é um cliente Tangerina. Se não, não recebia.

É claro que isto não se passou comigo, senão era directamente tratado. Assim sendo, lá terei que mandar um mail para as Finanças, que eles também hão-de gostar de saber que eu continuo viva sem ser pelos recibos/factura de ordenado que todos os meses lhes enfio no abastecimento.

Onde andas tu, que não te vejo e te adoro tanto?

A parva desapareceu da minha vida sem deixar rasto nem alternativa. Nenhuma das gelatinas de frutos silvestres que existe à venda no mercado consegue superar a Jelly-Já (Alsa) de frutos silvestres - nem no sabor, nem na cor (os olhos também comem, os meus até me parece que têm dentes), nem na consistência - que isto da rigidez da gelatina não é igual para todas e é extremamente do fundamental. De mais a mais, a minha gelatina ainda consegue ser melhor, mais doce, mais enjoativa, mais viciante do que qualquer outra, porque eu lhe deito uma colher de sopa de açúcar por cada meio-litro de água. Já sabemos que faz mal, engorda e o raio. Mas eu gosto de tudo o que engorda. Até de mim gosto, na volta.


25/07/2013

Doninhos, morrei

Dia sim, dia não, acho-me farta de doninhos da verdade, de sabichões de tudo e de mais alguma coisa, designadamente daquilo que desconhecem, do que não sabem porque nunca viveram, do que condenam sem conhecer, mas porque, e principalmente, os bitates lhes trazem os quinze minutos de fama, os cinco segundos de atenção de que tanto precisam para sobreviver na sua ribaltinha auto-proclamada, saem para a praça pública a opinar, a julgar, a sentenciar sem bases nenhumas, sem lei alguma, sedentos de briguinha, de resposta e contra-resposta, de proferir as suas opiniões baseadas em nada, a não ser na sua necessidade de obrigar os outros a ouvir, a acatar, a jamais contestar, sob pena de caírem na desgraça de a birra se prolongar e, em praça pública, ainda terem que ser confrontados pelo dedinho espetado e pela imensa vaidade que cega os doninhos da verdade. É que já nem um pingo de comiseração me sobra para esta espécie. Era não existirem, de todo.

24/07/2013

Tu mereces, JSPNP! # 1

Jovem sem Pêlos no Peito possui, mesmo sem saber, a partir de hoje, um lugar de destaque neste meu buraco. Ele esforça-se. Requinta-se. Todos os dias se apura. Não sei o que vai ser de mim quando entrar em férias e não ouvir, durante um mês, os rasgos de tão bom almanaque da treta. 

Éramos seis à mesa, na copa cá do call center. JSPNP já deslargara uma gira, do género "Eu adoro andar à porrada", e eu admiti que, por hoje, chegava. Que dali não sairia melhor. Portanto, só amanhã. Ingénuo engano o meu. 

Começou assim (porque alguém falou de telefonemas anónimos e ordinários, reparai na distância do tema e na facilidade com que JSPNP se atira para fora de pé num local onde se esfolam uma esmagadora maioria de seres do sexo feminino):

- Agora já não é preciso isso, há o skype, que dá para falar e não só [riso indecifrável]. E há uns telemóveis com uma aplicação (blablabla), aquilo liga-se ao computador (blablabla) e vibra (blablabla) e, do outro lado, a outra pessoa tem um anel (blablabla), até acho que é uma aplicação da Durex. 

Jovem. Durex. Devia. O. Teu. Pai. Ter. Usado. No. Momento. Da. Tua. Concepção.

Congrats, my Princess ♂

Pensem o que quiserem, que eu sou apologista da liberdade de pensamento, mas achei querido da parte da Kate aparecer um dia depois de ter tido bebé com aquela pança de grávida, na boa. E também foi corajoso por dois motivos: porque devia estar com a sensação de ter acabado de sair de debaixo de um cilindro compactador e porque não é suposto uma figura pública assumir o fora de forma (eu não disse deselegância) em circunstância alguma. Valeu-lhe o cabelo, que estava um espectáculo. E a descontra de quem está tão feliz que se está a cagar para a porra da linha. 


Também achei um mimo Katezinha ter tido o cuidado (que até pode ser protocolar, mas é bonito na mesma) de pôr o anel de noivado nesta ocasião, que foi também o anel da queridíssima Lady Di.


Eu gostava muito da Lady Di. Foi a única pessoa normal que passou por aquele palácio e também a única que não tinha cara de cavalo. Isto até pode parecer esquisito de se dizer, mas acho que não há ninguém que possa negar a evidência, e os próprios ingleses reconhecem. Aquilo é predominante, quem se acasala com um membro da família real britânica já sabe que vai dar à luz uma subespécie de equídeo. E também vai adquirindo, aos poucos, aqueles traços (pode ser da alimentação ou só do convívio). A Diana foi a única que escapou a esta regra, porque até a Kate já começa a dar ares. Vamos lá a ver agora o Daniel. Eu aposto em Daniel ou David. Têm ambos 3 letras comuns ao nome da avó, que seria agora a mais linda do planeta se não se tivesse finado, damn it.

23/07/2013

Ótahell?

São tantas e tão seguidas as porras deste gajo que davam para um separador só para ele, ou mesmo um blog dedicado à figura. Jovem Sem Pêlos no Peito surpreende-me todos os dias. 

- Linda Porca, o seu passe dá para metro e Carris?

- Dá.

- Pode-mo emprestar?

- Para quê?

- É que eu tenho uma ex-namorada que anda a passar mal e vou ter que ir às Amoreiras ter com ela, a ver se a consolo. 

Bloqueei. Vários factores estavam errados na mesma frase. Too much information. Too much interrogations.

- Vais já? (meio da manhã)

- Não, é só daqui a umas semanas.

Placagem mental. Ainda assim, insisto no diálogo:

- Olha, mas não achas que tu e eu somos muito diferentes?

Pormenores: para além do género, eu tenho largas dezenas de anos mais do que JSPNP, tenho cerca de 20 centímetros a menos, sou mais escura de pele, olhos, cabelo, tudo! Nem por avó dele passo, quanto mais pela mesma pessoa. 

- Hah, eles nem verificam isso.

O facto de não ter chegado a prometer emprestar-lhe o passe deixa-me levemente descansada. Mas também mais surpreendida, pelo facto de o assunto principal da conversa ter rapidamente passado a secundário. O que é que ele me queria dizer, mesmo?


Quem é que explica isto? É o Murphy?

Estou na plataforma do metro. Estão dezenas de pessoas comigo, à espera que o metro chegue. É sempre, sem excepção, a mim, que toda a gente vem perguntar em que linha estamos, se aquela linha vai para oriente ou ocidente e se faz interface com o quê e aonde. Ora, tendo em conta que eu sou, com toda a certeza, a pessoa mais inabilitada para responder aos questionários dos transeuntes, designadamente porque tenho que tirar os fones dos ouvidos e particularmente porque não pesco nada de linhas (linda, esta imagem), a probabilidade de me virem perguntar a mim seria absolutamente nula, se não fosse Murphy, esse grande bacano reinador. Já agora, aproveito para lhe agradecer aqui o envio de tantos seres desorientados e perdidos no seu percurso. É que só pode ser obra do gajo.

Pensamentos que me germinam na caixa, porém nunca me chegam à boca # 6

Até me atrasei a chegar à mina hoje de manhã, só por ser tão boa samaritana. Estava um homem preso no elevador, eu moro num prédio com 36 casas e fui a única pessoa que saiu porta fora quando ouviu a campainha de alarme e os gritos de pânico da criatura. Sou boa, não há muito a fazer com este rinoceronte que há em mim. No entanto, vi-me obrigada a dar uns murros na porta metálica do elevador e tive que gritar ao homem que parasse de meter o dedo no botão de pânico e me ouvisse, sob pena de passar lá o resto do dia (esta parte final não disse, podia ser interpretada como uma ameaça e isso é crime). Andei a bater às portas todas, do síndico, do ex-síndico, do que tem vontade de ser síndico, e nada. Gritei ao panicado que se acalmasse, fechasse a porta como deve ser, se acalmasse, esperasse que eu puxasse o elevador, se acalmasse e o zingarelho lá cedeu à minha sabedoria. O homem esteve lá cinco ou seis minutos, mas foi o suficiente para sair de lá histérico. E isto deu-me que pensar:

De facto. Eu não tenho medo de elevadores. Em miúda fiquei presa tantas vezes, gritei tanto dentro de elevadores, chorei tanto dentro de elevadores que, olha, sequei. Agora é para o lado que durmo melhor. Se calhar é este o remédio para perder o pânico aos aviões. Tenho que andar de avião e cair várias vezes na vida, até deixar de ter medo que o avião caia.

22/07/2013

Não sei explicar isto muito bem, mas

cada vez que olho para o presidente, ouço o presidente, leio alguma coisa que o presidente disse ou fez, só me vem à cabeça o básico do chachacha...

1 - 2 - chachacha, 1 - 2 - chachacha

21/07/2013

Expliquem-me lá

muito devagarinho, que de outra maneira acho que dói: qual é a onda dos homens, de conjugarem calções de xadrez? Se não for de t-shirt preta (melhor), cinzenta (bem) ou branca (menos melhor), mas lisa, aquilo não combina com nada!

Fora com as combinações com pólos de riscas! Fora com as camisas de um outro xadrez diferente daquele! Fora com a t-shirt de uma cor incompatível! Não, t-shirt encarnada não fica bem no xadrezinho cinzento , bege, castanho sobre branco, e sim, t-shirt estampada fica horroroso! 

E, já agora, fora com os sapatos quando põem os calções de xadrez, pá! Ponham chinelos (heh), ténis de lona (yes), sapatos de vela (pois) ou o próprio cara*** nos pés, mas mais nada! Tá?




20/07/2013

Eu tenho problemas com doidos # 8

Tenho uma amiga que mora num 4º andar sem elevador. E que tem um filho pequeno, que está agora a tirar a fralda. Hoje fui a casa dela. As escadas são particularmente escuras, só há botão da luz entre andares, o que significa que o primeiro lance se sobe às escuras, ou só com a luz que vem da rua. Entrei, subi o primeiro lance de escadas e comecei a ouvir o filho dela a chamar por mim lá em cima, no quarto andar. Toda contente, sussurrei - só sussurrei, nem falei nem nada - "Capitão cuecas!". Sabia lá eu que a vizinha do 1º andar está senil e vem para o mini patamar que fica entre os dois primeiros lances, ficar ali assim, de pé, a ver quem passa! É que nem a vi, já estava tão escuro àquela hora!

Enfim, a cena foi uma senhora senil, especada, a arregalar-me os olhos e a sorrir muito, enquanto eu sussurrava para ela "Capitão cuecas!". A sério que eu acho que a loucura me persegue um bocadinho.

Areia inquinada nos olhos

O partido que esteve no poder antes deste que lá está agora defende uma reforma do Estado que garanta a sustentabilidade das suas funções - leia-se as funções do Estado. Hasteou a bandeira do fim dos cortes de milhões de euros e o fim dos despedimentos na função pública, como música para os ouvidos de 18% da população activa, já não contando com as respectivas famílias. Quererá só angariar votos? Estará no seu perfeito juízo quando admite ser possível não fazer cortes? Cortando aonde, em alternativa? Na Troika? No Euro? E será que o povo recebe esta areia nos olhos e vai a correr votar outra vez, como tem feito, alternadamente, nos últimos 20 ou 25 anos, entre este partido e o que lá está agora? Estarão a prometer fazer neste momento o que não fizeram há dois anos atrás, quando detinham o poder e já nós estávamos metidos neste belo caiaque, a ver a porra cascata logo ali à frente? Enquanto isso, os betos defendem que os que lá estão é que estão bem. Pudera, foram os únicos que, historicamente, algum dia fizeram alianças com eles!

Solenemente, declaro que não voto em nenhum destes. Já todos deram mostras, nos últimos muitos anos do que (não) são capazes. Venham outros. Até os anarquistas me servem melhor, neste momento.

Algas podres na cabeça tem a salvação nacional

A praia não está interditada - nem ninguém disse que estaria, eu sei - apenas desaconselhada e, ao que parece, hoje já nem isso. À cautela, mudei daquela para onde costumo ir - que, no mapa do jornal, tinha 3 "casos" de comichão. Comichão nas axilas, virilhas e peito. Oh, pá, parem de se depilar que isso passa - para outra, para onde ia há uns anos e que, no mesmo mapa, não tinha nenhum caso. Só mudei do antro do dia nacional do edema linfático e da celulite rebelde e instalada para o antro do velho pedófilo de tanga com aquelas merdas secas e descaídas aninhadas num saco.

A cena das algas deve-se à onda de calor, oh almas, até eu, que trabalho numa fábrica de têxteis do norte, sei isso sem ter que fazer análises. Fossem à praia nos dias de 40º e logo percebiam os fenómenos das pragas de piolhos do calor, das joaninhas, dos mini-tornados, e logo viam de onde vem o alguedo dos comichos.

Levemente farta de manobras de diversão para o povo se distrair do resto que interessa. Salvação nacional, hoje estou tão boa de fel que até sou capaz de vos dedicar um postito.

18/07/2013

Isto é um supÔnhamos, uma charada

Faz de conta que vais à casa-de-banho do sítio onde trabalhas e ainda é de manhã, mais ou menos uma hora depois de teres chegado. Por uma coincidência, ainda só estás tu (mulher) e mais duas pessoas - outra mulher e um homem. Vais encontrar a tampa da sanita levantada. Como nunca tiveste essa conice da tampa, baixa-la (está bem, pegas em papelinho higiénico para as tuas mãos não tocarem no rebordo da sanita, mas baixas aquela argola na mesma). Tarefa inútil, uma vez que não te sentas na sanita, mas que cumpres por décadas de hábito. Fazes a tua mijinha. Lavas as mãos com a salmoura que ali está, à laia de sabonete líquido. Secas as mãos com as toalhinhas de papel e, quando vais a deitá-las para o baldinho, verificas que ele está vazio.

16/07/2013

Está-se maravilhosamente

Segundo dia sem a mula preferida. Não me posso queixar. A mula Pitbull (ou Controladora da Parvoíce, como a conhecemos cá no recinto) deu-lhe a caganeira e foi para casa. Ainda um dia vou estudar este assunto com afinco: a quantidade de vezes que se dão acessos de caganeira neste local. Acho que sou a única que nunca teve (sai pra lá, encosto), o que pode ter a ver com dois factores: um, eu nunca defequei nestas sanitas. Mesmo que me queiram pegar lombrigas e beriberi, vão ter que mos dar a tomar no chá. Dois, eu urino-me quase em pé. Sou uma verdadeira acrobata da sanita fora de casa. Óptimo para os abdominais e os glúteos (não querem lá ver que acabo de encontrar a alternativa económica ao meu ginásio?). O resto do povo deve-se sentar, encostar e sei lá se não roçar na sanita, depois admiram-se que lhes dá a caganeira. 

Não sei se era disto que vinha aqui falar. Mas, já que enveredei pela conversa de merda, sempre posso fazer uma actualização do quão belo é estar só, sem mula de companhia: também posso espreguiçar-me em paz (chama-se stretch); posso descalçar-me (não é que cheire, mas nunca me apetece à frente dela); posso virar a burra para a janela sem ter que ouvir logo "Passa-se alguma coisa?". Passa. Estou farta de chuva, o que é que pode ser mais?

Deslarguei esta frase # 13


Nem Deus perdoa, a quantidade de maus pensamentos que tenho, cada vez que olho para o Ryan Gosling.

Eu até tentei dizer adeus

Ontem fui ao ginásio decidida a denunciar o contrato com ele. O motivo é porque é muito caro. E porque estou sem o meu David e ginástica sem David não é bem ginástica, é uma aproximação tosca. Para isso, mais vale meter-me num low cost, ou lá como é que se chamam aqueles vãos de prédio aonde se metem uns tapetes e uns trogloditas e depois lhes chamam "estúdio". Provavelmente, será tudo tão low que nem no físico vou notar se estou ou não a fazer alguma coisa. Equipei-me toda e dirigi-me ao balcão dos serviços administrativos. Disse ao que ia, a pessoa que me atendeu mostrou-se pesarosa - devem ter caras para todas as ocasiões, aquela era só a cara "rescisão" - e depois fui treinar. Curiosa a perspectiva com que olhamos para as pessoas e para as coisas em função das casacas que vamos vestindo. Eu investida de outsider, depois de tantos anos de união - é que lhes perdi mesmo a conta, tantos que foram -, em que posso dizer, senão que ali me fiz mulher, pelo menos que ali me moldei mulher, comecei antecipadamente a ter saudades de todos os locais aonde suei. Escrevi bem, o que eu ali suei, hossana! - nas máquinas, nas salas, nos colchões, nas bolas suíças, nas toalhas, deixei pinguinhas por todos os cantos daquela casa, piscina incluída. Encontrei o meu primeiro PT que, por motivos que não interessam para aqui, me chama "Mamã" (pode ter a ver com este ar maternalíssimo que eu possuo) e a quem eu chamo "Meu filho", armário rapaz para cerca de 1,90 metros de altura (ou mesmo 2, nunca o medi) e quase lhe chorei no ombrão, não fora o facto de o dito estar um bocado longe da minha testa. 

Quando saí, mandei rasgar o papel da rescisão e decidi ponderar melhor a minha decisão por mais um mês. Sou uma fraca, incapaz de virar as costas a tudo. Ainda não tenho músculo suficiente.

15/07/2013

Todos os Verões é isto

A partir das 6 da tarde, temos um bardo a cantar ao microfone, na rua onde está instalada a nossa fábrica de enlatados. E isto, parecendo que não, desconcentra uma pessoa. Ninguém amarra aquela mulher e, já agora, a amordaça?



No fundo, lá se passou mais uma segunda-feira.

Só não convenço o diabo a dar-me a chave

Desloquei-me a uma drogaria/supermercado de cosmética/local onde só se vendem detergentes e produtos de higiene, sabões para a casa e para o rabo. Peguei no artigo que ia adquirir: tampões higiénicos (não vos interessa saber para quem são). Encontrei uma das mulas, que andava a comprar detergentes aqui para o quiosque, e que me pediu ajuda para carregar os frascos. 

- Sim, claro, mas tem que esperar que eu pague aqui os meus cigarros.

Mula vira a burra para mim e exclama:

- Cigarros? Vai comprar cigarros para si?

Numa drogaria, mula? 
A memória falha-te assim tanto que isto te parecem cigarros, mula? 
Há quantos anos trabalhamos juntas sem que nunca me tenhas visto fumar, mula? 

Fonix, estou rodeada de anormais, como diz uma das gajas.

Ouvi eu, com estes que o forno há-de cremar # 12

O Jovem Sem Pêlos no Peito não pára de me surpreender. Hoje almoçámos, embora não a sós, no mesmo canto desta serralharia civil onde ambos damos ao coiro. Quando as mulas se levantaram todas, ficou JSPNP e eu à mesa. Relatou-me a primeira e única aula de surf que teve, no sábado passado. Ficou super-entusiasmado e, neste momento, assistem-lhe problemas do estilo tenho que comprar um fato e uma prancha, tenho que comprar um carro novo porque no que tenho a prancha não cabe, etc. E, à queima-roupa, dispara-me esta:

- O meu maior medo no surf é alargar os ombros.

Ora, tendo em conta que os ombros do JSPNP são até bastante estreitos, armei em psi da copa: "Porquê?"

- Porque depois as camisas deixam todas de me servir.

Esta, por acaso, foi merecida. Era eu ter ficado calada.

Lua-de-mel - Mamãe, mamãe eu tô em Lua-de-Mel, Eu tô morando num pedaço do céu, Como o Diabo gosta

Primeiro dia de férias da minha mula preferida. Mas acho que vou sobreviver. São duas semanas em que se, por um lado, na pausa do café e na do almoço não tenho companhia, por outro, posso fazer o que me apetecer aqui na lavandaria, que ninguém dá por isso. Ah, o doce sabor da liberdade, de poder coçar-me nos sítios mais inóspitos quando me der comichão, de poder tirar cacos quando eles me picarem o nariz! Isso não tem preço. 

Pensando bem, estou como o diabo gosta!


14/07/2013

Dica # 6

À hora de almoço fui à varanda estender umas peças de roupa e cheirou-me tão bem. Era frango a assar no forno. De certeza que foi a vizinha de baixo que o cozinhou, que os cheiros bons vêm sempre da casa dela. A do lado é demasiado estúpida, está casada há mais de 15 anos e ainda hoje queima as torradas. A de cima é um ogre igual à Fiona, os pés precisam de pedir autorização um ao outro para andarem para a frente, quanto mais para assar um frango. Eu própria improvisei um bocado e meti agora um no forno, que eu não posso ver nada nem sentir o cheiro a nada que não me salive logo toda de inveja e então tive que ir para o LIDL comprar uma ave para sacrificar esta noite, ou já nem dormia descansada. A verdade é que só havia frango inteiro com miúdos ou frango para assar na chapa, mas o primeiro vem muito grávido de muitos miúdos e aquilo mete-me nojo, ainda ter que estripar o bicho e deitar fora as vísceras, vai daí trouxe o outro, que já vem de pernas abertas e é esse que estou a assar agora, mas já cheira tão bem na minha casa como na casa da vizinha de baixo à hora de almoço, daí que ache que tenho fortes possibilidades de dormir esta noite como uma justa.

Mas não era disto que vos vinha falar. É que descobri há pouco a maneira de fazer com que uma omelete fique deliciosa. Uma omelete, se for bem feita, fica deliciosa. Mas eu faço-a ficar de ir às lágrimas e estou até a pensar em baptizá-la "Omelete Linda Porca". Façam a omelete normalmente. Aquilo não tem segredo nenhum. Eu desmanchei mil omeletes até ao dia em que percebi que o único truque, se é que o há, reside na frigideira - o fundo tem que estar liso, sem riscos, e ela tem mesmo que ser anti-aderente. Se já perdeu o fundo preto, já não serve. Derretam um nico de margarina de maneira a cobrir o fundo da dita, ponham lá os ovos, depois de batidos no prato (média 2 ovos por pessoa, máximo 6 ovos por frigideira de tamanho médio), com um nico de nada de leite, esperem que eles comecem a ter cara de tacinha, com o rebordo meio tostado (são segundos, não dá para ir fazer cocó entretanto), ponham lá queijo e fiambre, dobrem-na ao meio com uma espátula ou qualquer coisa semelhante, e, agora a dica: orégãos por cima da parte já dobrada. Depois virem-na para tostar do lado que ficou para cima e aliviar o que já esteve tempo suficiente em contacto com a frigideira e pumba, orégãos nessa parte. Acamem-na com a espátula, obriguem os orégãos a "entrar" no ovo.

Chorai. Até vos cansardes. Oh pá, nada, às ordens, que é isso?

13/07/2013

Fashion adviser, eu

Serei. O Jovem Sem Pêlos no Peito mostrou-me mais dois polos que comprou nos saldos, desta vez da Springfield. Com tanta gente naquele salão e é a mim que mostra tudo o que compra. Eu jamais me desmancho. Abro o saco, vasculho, tiro cá para fora e, se gosto, dou opiniões. Um polo rosa-horrível (rosa-velho, ou lá que raio era), passei sem dizer nada, que eu não sou destrutiva nem detonadora. Um polo azul-bebé, "Este bate bem com os teus olhos". Ele fica tão feliz, é deixá-lo.

11/07/2013

Armada em piça

que tudo o que vê cobiça, fui à FNAC. Mesmo antes de começar a ler os "Chouriços" do Ricardo Adolfo, achei importante ir-me abastecendo de mais um livro dele. Espero não estar a cometer o erro que cometi com a Laura Esquível. Nem me quero lembrar disso. Adorei "Como água para chocolate", gostei tão pouco de "Malinche" que deixei a meio, adorei "Tão veloz como o desejo", prefiro não falar de "A lei do amor". Porra. Ainda estou a ressacar.

Já começa a fazer parte dos meus diálogos na FNAC:

LP - O que é que aí tem do Ricardo Adolfo?

Menina dirige-me para a estante e mostra. "Mizé - Antes galdéria do que normal e remediada", "Os chouriços são todos para assar" e "Maria dos canos serrados". 

Aqui a parva - "Os chouriços" já tenho. Ainda não li (damn it, woman, why are you answering to a question that no one asked you?), mas já tenho. Levo a "Mizé". Também não posso levar a "Maria" porque já li (felizinha de poder dizer que já li um livro, ninguém se oferece para me apedrejar?). Deve ter sido o livro da minha vida.

Menina, a escancarar a boca - Ai sim?

LP, a escancarar os olhos - Sim!

Menina, um bocado a cair em desgraça - Olhe, é muito bom que mantenha essa abertura em relação a um autor contemporâneo (penso que a menina me estava a chamar pessoa de idade, que é o que eu sou).

LP - Porquê? Por causa dos palavrões? Acho-os tão bem encaixados no texto que, se não estivessem lá, faziam  lá falta...

Depois fui pagar. Não aguento por muitos segundos seguidos uma discussão de nível tão alto, intelectualmente falando.


Deslarguei esta frase # 12

Se antes andávamos a surfar na maionese, agora estamos no meio do oceano de maionese, completamente sem prancha.

No fundo, trata-se da minha opinião política do momento.

E surfar na maionese, é com certeza uma expressão muito portu. Não se encontram imagens no goo. Ando a economizar palavras, sim. Para contribuir para o PIB. Para o PI.

Ouvi eu, com estes que o forno há-de cremar # 11

Eu trabalho numa floresta, passo o dia a apagar fogos - disse a que se despediu (e nem vou lembrar que se trata de a gorda), mas que não desampara a loja.

Ora, como eu sou uma pessoa muito atreita a ter ataques de cultura geral, fiquei assim parada, a pensar. 

Quem trabalha num local onde passa os dias a apagar fogos, são os bombeiros. Portanto, ela queria dizer "quartel" e não "floresta". Por outro lado, a existência de floresta não implica necessariamente a presença de um incêndio, ó pirómana. A menos que tenhas sido educada na Guarda. Ou assim.

Ah, já sei. A confusão foi com o rinoceronte, conhecido como o "bombeiro da floresta". Faz sentido. Rinoceronte. 

Eu também fotografo coisas que vejo e só eu percebo # 22



10/07/2013

Quem ri por último ri melhor - Ditado # 7

Como ontem não estava nada cansada quando cheguei a casa, que isto de labutar em um armazém de cargas e descargas é uma pêra doce, ainda resolvi despencar-me para a mercearia, que fica a uns belos quatrocentos metros de casa. Como não estava um calor de ananases, resolvi ir a pé, de saltos altos, pois claro. Como nem suspeitava que ia lá comprar fruta e como nem sei que, quando vou comprar fruta, perco totalmente a cabeça e a noção do ridículo, nem era previsível que viesse carregada que nem uma mula. Ainda assim, fui a pé. Já disse, não já?

Quanto às maçãs e aos pêssegos (de duas qualidades) que trouxe comigo, nem digo o peso dos cabrões. O problema foi ter-me lá encantado de amores por uma metade de melancia, que se estava a rir para mim, a puta. Eu bem olhei para ela e até disse em voz alta "Vamos lá a ver quem é que ri por último". Peguei nela e trouxe-a comigo. A velhaca pesava cada vez mais, à medida que eu me ia aproximando de casa, qual São Cristóvão com o menino ao colo. Era mesmo o que eu lembrava, mas em toda suada e de saltos altos, a inchar toda. Só quando cheguei e vi o peso da coisa na etiqueta é que percebi: 2,800 Kg de melancia, e era só uma metadezinha. Riu-se ela por último? Nááá. Eu, a papá-la. Ou ela, se me der a caganeira. Ou eu, se ficar mais magrinha. O que é que é "o último", neste ditado?

Agora vou ali ao lado ao we heart it gamar uma imagem fofona, que isto não pode ser só agruras e pesadelos.



Descobri a pólvora seca

Porra, pá, já sei como é que vou ficar rica um dia. Descobri um nicho. Não há-de ser a trabalhar no atelier de costura, com certeza. 

Vou inventar uma peça que não permita a merda dos fones embaraçarem-se como se embaraçam, mesmo que tenhamos um cuidado extremo a guardá-los (que é, basicamente, atirá-los para dentro da mala). Como raios é que aquilo se enrola assim é que constitui O mistério. Mas isso passa a ser irrelevante desde o momento em que se desembaracem bem ou alguma coisa os impeça de se embaraçarem. 

Ideias: um condicionador em creme especial fones (a Pantene que não sonhe, eu registo já hoje a patente); uma peça tipo fecho éclair, que já existe, mas que seja eficaz e não se enterre nos nossos queixos; um arame interior nos dois fios, que os ponha erectos e que se lixe a figura de anormal que se faz com aquilo posto. Mais anormal é a figura de macaca que se faz a tentar perceber onde e como raios os fios se entrelaçaram daquela maneira. 


09/07/2013

E quando uma cor te persegue até à náusea?

E tudo o que pões em cima te leva lá?



E não te apetece escrever coisas inteligentes? Nem coisas burras?

Dá nisto, enquanto tiver a cabeça cheia de laranjas. Até o meu cheiro é citrínico. Inventei esta palavra, acho eu. Nem vou ver se existe, quero que se lixe. 


06/07/2013

Eu gostava de ver televisão inteligente, mas possuo um bloqueio que não mo permite fazer em paz

É facto que toda a gente tem séries de televisão preferidas e cenas. Eu já amei o House com um fervor tal que, depois dele, o deserto se instalou em mim. De resto, tenho ao todo dez minutos por dia para ver televisão - tipo os presos, mas sem as regalias da prisão - o que não me dá para grande coisa. Ali entre a hora em que acaba a refeição do jantar e até cair para a frente toda a picar de sono, vão, lá está, dez minutos. Portanto, querer seguir uma série nestas condições é, no mínimo, um projecto ambicioso da minha parte.

Descobri recentemente um óptimo indutor de sono (como se eu precisasse...), que dá pelo nome de 1000 maneiras de morrer. Ali se explica como há pessoas - invariavelmente, norte-americanos, o que constitui um alívio - que conseguem arranjar formas altamente criativas de morrer. Não se matam, ou seja, a ideia delas (são mentes com ideias? Parece-me isto um conceito tão antagónico) não é suicidarem-se. Morrem porque não ponderam as consequências da estupidez dos seus actos. Ou melhor, morrem por serem tão estúpidas.



Há para todos os gostos - desde a loira que, bêbada que nem um cacho, leva com um pombo boca adentro enquanto se passeia num descapotável, ao gordo que resolve fazer uma lipoaspiração na garagem, com a ajuda de um aspirador industrial e de amigo com um QI semelhante ao dele, até ao azarado que se atira para uma piscina a deslizar por um oleado que tem um enorme prego espetado, mas invisível. 

Quando penso que o programa não pode piorar, piora mesmo. É tão trash que é excelente. A mim adormece-me, o que significa que, pelo menos, é relaxante. O meu pequeno cérebro desliga em menos de nada.

Mas preocupam-me duas ou três coisas quanto à existência de programas deste tipo. A sério. Preocupa-me, para já, que haja gente tão estúpida como aquela que é retratada no programa, que seja da mesma espécie animal que eu e que me consuma oxigénio e me ocupe espaço. Preocupa-me também que haja gente tão estúpida que faça um programa assim. Que investigue, escreva guiões, contrate actores, meta dinheiro nesta merda. E preocupa-me seriamente que haja gente que vê este tipo de programas. Hum?

Vamos todos juntos tentar perceber a lógica?

Duas cromas, completamente sacadas do século passado, uns Dupont e Dupond da praia, até nos fatos de banho (daqueles que tapam as nalgas até ao finzinho da bochecha e com uns padrões completamente indecifráveis), na brancura das peles, nos cabelos cortados curtos-para-ser-mais-prático-lavar, no comportamento, de cadeirinhas de praia, chapéus panamá enterrados até às orelhas, óculos de sol, montanhas de protector opaco, sentadas as duas debaixo do guarda-sol, a lerem. Todos os objectos, livro e revista incluídos, muito vintage/old fashioned/old. Juro que cheguei a pensar que eram freiras, de alguma dessas ordens laicas, até andei a procurar o crucifixo ao casto peito das santas. 

Bom, mas a fumarem, a fumarem, na pipa uns atrás dos outros que oh porra, o pouco vento que havia estava de feição a modos de me introduzir à bruta todo o fumo pelas narinas.

Irmãs, tendes vós medo do cancro da pele, deixai-me adivinhar?

05/07/2013

Não me poluam

Está calor a mais. Mas já chega de chuva, também. 

Tenho recados:

Mulheres com varizes - não vistam vestidos verdes, por favor.

Mulheres de perna curta - não calcem sandálias rasas. As romanas então, é que não foram mesmo desenhadas para a vossa semi-perna.

Mulheres de pernas gordas - desisti dos corsários. O bocado de chispe que fica à mostra não é bonito de se ver.

Mulheres com joanetes - abandonai o sapato aberto, a sandália de tiras, enfim, todo o calçado. Agora a sério, abandonai tudo o que exponha e proeminencie esses horrores.

Homens que não lavam a t-shirt - lavai-a. E, de caminho, tomai um banho com criolina.

Pessoas que não lavam os dentes, nem sequer uma vez por dia - morrei.


04/07/2013

Encontrei!

Ao fim de anos de procura, grande Google deu-me a resposta (porque outra pessoa fez a pergunta exactamente como eu a faria). Esta música era de uma grande série de televisão, mas já foi há tantos anos que nem me lembro com que título cá passou. Sei que a personagem principal era o mafioso Luca. Vou continuar a pesquisa, vou rever aquilo, é o que é.


Cagões

O Jovem Sem Pêlos no Peito veio queixar-se que cheira muito a cocó na casa-de-banho. Expliquei que não fui eu, e mais um ficou a saber que eu não defeco cá na mina. Eu sou uma lady, trato esses assuntos em casa, embora de porta escancarada. JSPNP deve ter-se sentido à vontade para me comunicar:

- Ah, eu não. Eu faço várias vezes por dia, algumas delas aqui.

Eu tenho problemas com doidos # 8

Sem qualquer intenção de educar o povo, apenas agindo por impulso, ensinei um maluquinho a ser cavalheiro. Ou não.

Entrei no metro, tive o cuidado de escolher um lugar não reservado e sentei-me. Atrás de mim entrou uma senhora de idade (muita idade, então se eu tenho quase 90 anos e ela ainda era mais velha que eu, imaginem quanta idade ela tinha. Séculos!), que eu já tinha visto na estação, de muletas. Reparei que ela ficou à porta da carruagem, encostada nas costas dos bancos e chamei-a para lhe dar o meu lugar. Ela veio e, imediatamente, o jovem louco que estava sentado à minha frente (e, portanto, de costas para a senhora), levantou-se de um salto e pediu-me desculpas (?):

- Desculpe, eu não tinha reparado. 

- Não faz mal [wtf?], eu só reparei porque estava de frente para a senhora. 

A senhora sentou-se no lugar dele e ali permaneceu por mais umas 4 estações, até que saiu. O jovem sempre de pé e eu a imaginar que ele, mal apanhasse o "seu" lugar livre de novo, se iria sentar. Nada. Veio outra pessoa e sentou-se. Depois essa pessoa levantou-se e saiu e eu pensei que ele não ia aguentar mais e ia sentar-se. Lugar vago, o jovem de pé. Parecia que o assento lhe tinha picado o cu, tal era a resistência. E então, desatou a oferecer o lugar a toda a gente que ali estava à volta, a chamar todos os que o rodeavam, mesmo até uma mulher gorda que estava lá ao fundo e não tinha necessidade nenhuma de se sentar. O mais anormal da situação foi que o louco chamava as pessoas e ia olhando para mim, se calhar a achar-se merecedor de umas palminhas...

Escape Closet, os brincalhões

Vamos falar na terceira pessoa, para me escusar a explicações, que eu não daria de qualquer maneira.

Ela tem 14 anos e encomendou uns ténis pela net - Escape Closet. Pagou 65 euros por eles (a José Alcântara), naturalmente antes de os receber. Porque os vendedores da net não confiam em ninguém, e os compradores têm que confiar em todos os vendedores.

Passados muitos dias (cerca de 30), chegaram-lhe a casa uns ténis 3 números abaixo e de um modelo não correspondente ao encomendado.

Troca de mails para cá e para lá, o vendedor manda a miúda devolver os ténis (para Paula Redondo), só assim procedendo ao reembolso. Ela entende que, se já confiou nele uma vez, está na vez dele confiar nela e pede-lhe para reembolsá-la antes de reenviar os ténis. Que não, que ela deve estar a brincar (sic).

Ela reenvia os ténis (mais 6,90 euros) e espera o reembolso. O reembolso não chega. Passam semanas. Escreve ao vendedor a reclamar o reembolso e ele responde que ela deve estar a brincar (sic).

Desconcertada, vai ver para onde é que mandou os ténis e verifica que enviou para o remetente dos ténis (Paulo Marques) e não para Paula Redondo, nem para a mesma pessoa que responde pelo negócio desde o início e que recebeu o pagamento (José Alcântara). 

Novo mail para o primitivo vendedor dos ténis, que lhe diz que não tem culpa que ela tenha enviado os ténis para o lugar errado (sic). E que o assunto está encerrado. 

Nessa altura, salta-lhes em cima um advogado. Com um texto formal, educado, solicitando o reembolso, mas lembrando a existência da via judicial (e sim, a quantia justifica, mas a atitude justifica muito mais).

E recebe esta pérola, provinda de Mónica Alcântara:


Boa noite. Escusava de ter escrito tanto texto. Obviamente o dinheiro será reembolsado, pois não está a tratar com vigaristas.


Atrás de um monitor encontram-se seres humanos como o senhor, pessoas comuns que não é necessário um relatório de palavras caras com ameaças como se estivéssemos a enganar!
O que se passou foi que enviou os ténis para a morada e pessoa errada não respeitando aquilo que nós pedimos . Limitou-se a enviar para trás!!


Analisemos o texto:

Obviamente o dinheiro será reembolsado porque percebemos que já não estamos a lidar com uma pessoa de 14 anos que, no nosso planeta, é estúpida, órfã e desprotegida. 

Não está a tratar com vigaristas, está a tratar com brincalhões.

Atrás de um monitor encontram-se seres humanos que têm um filha da puta de um negócio de merda que lhes rende uma fortuna por mês só nestas trafulhices (não são vigarices, amor) e que, ou muito me engano, ou escapa aos impostos (daí talvez o nome Escape).

Como se estivéssemos a enganar. Nada. Estão desde Março com 65 euros na conta e com uma vontade indómita de os devolver, só não sabem a quem.

Brincalhões. 


03/07/2013

Aqui está um exemplo ilustrado

Literalmente, ilustrado. Um exemplo do impacto que os títulos dos jornais operam sobre mim. É possível ler esta notícia em paz


quando a imagem mental que ela me trouxe foi esta?


Por mais que digam que o jornalista pôs lá "Passos", olha, desculpem, a intenção de associação é clara. "Entala"? "Entala"? Oh, senhor, o seu chefe deixa-o publicar calão? Mas isso é o jornal A Bola e suas piadinhas com o nome Jesus ou quê?

Há-de ter começado por "Portas entala Coelho" e alguém o avisou que o título estava demasiado gráfico. E ele tirou o Coelho e pôs Passos. Já não pôr Pedro...


Ouvi eu, com estes que o forno há-de cremar # 10

Vários distritos sobre aviso amarelo.

Rádio Comercial, pelas 8:05 da manhã.

Sobre aviso, sobreaviso ou sob aviso? Vou começar a dar aulas de português não tarda nada. Tudo me distrai do essencial, é por isso que não percebo metade do que dizem nas notícias.

Eu também fotografo coisas que vejo e só eu percebo # 20

Hoje comi flores. Nunca pensei.  

Ninguém me dá ouvidos


O que é que se está a passar com os portugueses? É o medo do desconhecido, agora que a figura que mais os incomodava, logo a seguir (e, muitas vezes, nem isso) ao PM, saiu de cena? 

Já não é a primeira vez que leio ou oiço alguém dizer que "Até gostava do Vítor Gaspar". Uma delas, diante do meu grito agonizante, ainda explicou: "Coitado, o homem já tinha umas olheiras!".

Humanóides, as olheiras do VG devem-se a uma de quatro razões: 

1. Falta de photoshop - há imagens em que aparece sem elas; 
2. Falta de dormir - o homem pode tomar cafés a mais!
3. Velhice - há pessoas que envelhecem aos 15, outras aos 35, outras aos 52 - pode ser o caso;
4. Insuficiência cardíaca grave - eu aposto nesta, mas ninguém me dá ouvidos.

Agora calem-se com a merda do coitado, que já enjoa.

Para mim, isto resolvia-se tudo era com outro igual ao de 1755. Metade da populaça quinava, a que ficava passava a ser governada por ajudas externas, AMIs e ONUs e levava tudo tantos anos a reconstruir que nunca mais ninguém se lembrava de se lamentar que o combustível aumentou e já não há crédito e que o subsídio de desemprego não chega e o raio. Tábua rasa, estaca zero. Mas nem os deuses me dão ouvidos.

02/07/2013

Voucher - vuchê

Pessoas, parem, stop, não me irritem mais e tanto. De uma vez por todas:

VOUCHER é uma palavra francesa, que significa VALE

Diz-se VUCHÊ. Não digam mais VAUCHER, pelo menos não à minha frente. Tenho diante de mim uma pessoa, neste preciso momento, que já o fez, pelo menos, 3 vezes durante o mesmo telefonema. Estou capaz de lhe atirar uma chave de fendas cá da oficina ao entre-olhos.

Paulo Portas bateu com a dita

É a piada que acabo de inventar. Rio-me eu, tá? Ha-ha-ha.

Não hei-de ser a única loira

Biquini novo. Lindo de morrer, com um padrão de palmeirinhas e barquinhos. Antes de o vestir, põe-se-me o problema, quanto ao top, de qual é a parte que fica para cima. Procuro os arames, que ficam sempre para baixo, e nada de arames. Verifico, envergonhada, que era só olhar com atenção para as palmeirinhas e para os barquinhos, para perceber qual era o lado que fica para cima e o lado que fica para baixo. Porra.

Este foi um momento solitário, no meu quarto, entre mim e eu. Podia nunca ter passado disto. Mas não, fui contar a minha dúvida a uma das gajas. Comecei por dizer que o padrão é de palmeirinhas e barquinhos. Ainda só ia na parte da procura dos arames e diz-me a gaja:

- Podias ter visto de que lado encaixava a alça. Esse é o lado que fica para cima.

Contei o assunto a uma das mulas e diz-me ela assim, ainda eu estava na parte dos arames e, portanto, já tinha passado a parte do padrão:

- Olha, isso é problema que nem se me punha. Eu punha como calhasse.


Chouriça

Um dia vou perceber esta coisa da genética e por que é que, se toda a vida me deu nos nervos que a minha mãe trocasse os nomes todos, muito em particular os dos meus amigos, eu faço exactamente a mesma coisa e, ainda por cima, não me irrito comigo mesma. Devo ter um filtro de auto-complacência.

Sabe-se lá como, fixei o nome do escritor Ricardo Adolfo. Ele escreveu "Maria dos canos serrados", que deve ser o melhor livro que li em toda a vida, a par com a "Crónica dos bons malandros". Desses de ler e reler sem nunca nos fartarmos da história. Convenhamos que Ricardo Adolfo não é um nome fácil de decorar, especialmente para uma pessoa que tem um bloqueio grave para fixar mais do que Marias e Joões. Mas, vá lá, ter fixado um nome que até encerra uma pequena aliteração (Ricardo Adolfo), não é muito sintomático, vindo de quem vem. Quis então comprar outro livro do mesmo autor e fui à FNAC, completamente esquecida do título:

- Boa noite. O que é que tem aí do Ricardo Adolfo? Eu queria aquele outro (de notar que eu queria uma alternativa a um livro do qual não disse o título porque, momentaneamente, me esqueci do da "Maria"), que é qualquer coisa da carne assada. 

- "Os chouriços são todos para assar".

- É esse mesmo. Bem me parecia que...


Ouvi eu, com estes que o forno há-de cremar # 9

Cu de bêbado não tem dono!

01/07/2013

Não me ocorre assim mais nada*

Imagem furtada ao link que se lê tão bem, quais crime de furto quais quê

* para além de "tenho calor", "preciso de férias", "não se aguentam mais estas gajas", "crise", "Troika", "estamos fodidos" e "já estávamos fodidos, isto é só o retirar do preservativo".

Eu tenho fases assim

Em que precisava de apanhar uma caganeira monumental e ficar uns dias em casa, comatosa, só a borrar-me e os outros que me aturassem. Que fizesse peninha a toda a gente, merecesse visitas com prendinhas (chocolates também podia ser) e rezas várias pelas minhas melhoras. Que se pusessem todos a recordar o quão boa eu sou (tipo agora o Mandela, mas sem morrer logo a seguir). Que me desse oportunidade de antecipar uns dias as férias, mesmo não podendo ir à praia ou, sequer, sair de casa. Ficava ali, na penumbra do meu quarto, só a aparar os golpes às cólicas, na correntezinha de ar das persianas baixadas com o vidro aberto, a ver a minha trash tv e a dizer ai de vez em quando. Palavra que ando a trabalhar arduamente para esse fim. Tenho usado e abusado da maionese ao sol e, quando alguma comida me parece estragada, ingiro-a de bom grado. O problema é esta minha tripa santa, que nunca me faz a vontade. 

Últimos dias

antes de férias. Faltam 26 e custam sempre os cornos a passar. Isto deve ser aquela cena do rabo do gato. Só que os meus gatos têm sempre um rabo gigante. 

Cereja no topo do coninho

Eu bem dizia que ia . E fui. Felizmente, nesse dia não havia o sabor brigadeiro, pelo que misturei no cone o pistachio da minha perdição com a tal novidade do sabor de cereja do Fundão. Como todos os gelados da Santini, o sabor corresponde 100 % ao anunciado. Quer dizer, o gelado de cereja sabe a cerejas. Parece mesmo que estamos a comer cerejas. Assim como o de manga parece mesmo que estamos a comer manga, o de pistachio (não sei se já falei do pistachio. O pistachio é o que me faz prometer mais-logo-uns-60-abdominais-mas-agora-cala-te) parece mesmo que estamos a comer pistachio, o de brigadeiro parece mesmo que estamos a comer brigadeiro, tits.

No topo do conezinho, puseram-me uma cereja. Tipo cereja no topo do bolo, mas em sendo um cone. Estava um desocupado com o traseiro alapado a um dos sofás, que me chamou insistentemente para me dizer esta coisa bonita:

- Já imaginou se também pusessem um abacaxi em cima do gelado de abacaxi?

- Não. Imaginei foi se fizessem isso com o de melancia.