30/12/2013

Acabaram-se as cuecas


Este ano vou pôr fim à "história" das cuecas da sorte, azuis ou vermelhas. Já tinha esta ideia desde sábado, quando me empandeiraram umas cuecas encarnadas na Intimissimi, que fazem de mim uma cabra louca, com a desculpa que era para darem sorte. Mas hoje, em conversa com uma das minhas pretas, que é natural de terras de Vera Cruz, perdi totalmente as ilusões: os brasileiros usam, para a cueca do fim do ano, as cores em função do que pretendem do ano novo: a branca é da paz, a vermelha da paixão, a rosa do amor, a amarela do dinheiro, e eu ai pá, vou mas é vestir uma de cada cor, a ver se se junta mas é tudo numa só tranca. Mas lá está, voltamos ao mesmo: é mais uma tentativa de "suborno" do destino. Vou mas é experimentar vestir umas cuecas super-velhas (ou as mais velhas que tiver), ou então não vestir nenhumas. A verdade é que as cuecas azuis e vermelhas dos últimos anos não me trouxeram mais sorte do que se fossem salmão, lilases ou ocres (cores, aliás, deste  meu buraco, que tem, de longe, a combinação mais feliz que consegui na vida). 



27/12/2013

Felizmente, 2013 a acabar não tarda

Adoro chuva. Porra, odeio. Fui buscar uma pessoa a um local que ficava a cem metros do lugar onde deixei o carro. Mais perto era impossível, porque o portão que ficava próximo tinha um cadeado a fechá-lo. Fiz os cem metros sem barreiras, vestidinho, salto alto - é que só me apetece vestidinho e salto alto nos dias em que "ameaça" chuva. Nos outros, é calças e botas - e desatou a chover desalmadamente. O meu cabelo ficou logo uma merda, tão giro que estava. O limpa pára-brisas chia que nem uma porca. Houve molho no eixo norte-sul, tive que ir pela estrada da luz, com o rádio aos berros para não ouvir o limpa pára-brisas. Mas ouvi os dois, só que muito alto. À minha espera, três cordas de roupa a encharcar-se. Tive vontade de dar uma de Thelma and Louise e amandar-me por um viaduto abaixo. Valeu-me levar ao lado uma pessoa muito querida. 

25/12/2013

Eu preciso de descansar das festas

Só isso explica que esteja a ver o filme UP, que passou há pouco na televisão, e ter deparado com o presidente na figura deste boneco (Charles Muntz). Tirava-lhe o bigode e punha-lhe as pérolas de saliva nos cantinhos da boca, e era ele.



A minha not wish list

Era para ter feito este post a 24, para ainda ir a tempo de alguém (alô, alguém!?), que tivesse a intenção de me ofertar um bagulho que eu não quisesse, vir aqui, ler e ainda se ir meter numa grande superfície à procura de qualquer coisa que me contentasse. Mas não houve tempo, tendo em conta que passei o cabo dos infernos enfiada na cozinha a lidar com o forno e com o verdadeiro manjar que pus na mesa no final da lide, embora estivesse esgotada dos nervos, com dores pelo corpo todo até à roupa e o cabelo feito numa merda porque os vapores aliados aos graus de humidade exterior e aos esforços físicos a que me votei, mo puseram em modo lã de ovelha e a maquilhagem numa papa pelos mesmos motivos. No momento em que entendi que tinha o forno muito sujo é que se pode dizer que acabou o meu Natal, pois armei-me de esfregões e Sr. Músculo Forza Fornos e foi até aquilo luzir como novo, ao cabo de cerca de duas horas de raspanço. Sempre desejei a consoada na minha casa, mas cheira-me que vou enterrar esse desejo no lugar dos inconfessos e proibidos para todo o sempre, e mais vale ir para casa dos outros levar com as conversas da seca e um ou outro puto estúpido que resolve ser o bobo engraçado da noite do que isto de nem ter chegado a descalçar as havaianas e só ter arrancado o avental no momento em que procedia à inclinação traseira para me sentar à mesa. 

Eu sou tão fácil de contentar. Mas há três ou quatro categorias de coisas que dispenso que me dêem, sob pena de não usar ou ter que ir trocar, o que é uma grande maçada: 

- velas - as velas estão mesmo no top of the hits das porras que eu dispenso que me dêem. Não há cá velórios, obrigada. Na mesma categoria, os paus de incenso. Se quiser pôr o meu casebre a cheirar a missa, espalho umas bolas de naftalina pelos cantos, borrifo a casa com laca Elnett Satin e já está. Idem para os paus perfumados. Uma casa portuguesa quer-se com cheiro a dieta mediterrânica, com certeza. Alho, coentros, azeite, essas coisas.

- perfumes - é que vou direitinha trocar, ou, se vierem sem o talão de troca, ficam para desodorizar o ar do wc, pós-defecação. A minha fidelidade aos meus perfumes (são 2 amores, como MP) não me permite um desvio que seja. E tenho a consciência que o meu tom de pele deforma os cheiros todos. Um perfume muito forte fica só ordinário, posto em cima de mim.

- chocolates - que eu adoro e devoro, mas vá lá, não há melhor recado "não sabia o que te dar, não quero saber e nem estive para pensar duas vezes nesse assunto". Chocolates no Natal dão-se à porteira do prédio. Nem nos jantarecos do amigo secreto se tolera o bombom. Mais depressa uma latinha de leite condensado me faz feliz.

- barretes e cenas para a cabeça - eu não uso. Ficam-me mal. Pareço uma sem-abrigo. O meu cabelo enche-se de electricidade estática e pareço possuída pelo demónio. Não. Não me irritem.

- bâtons - eu não uso. Aquilo enerva-me. Derrama para os dentes. O cabelo cola-se-me à boca. E não preciso, mesmo. Já perdi a conta ao número de pessoas que me vieram perguntar que bâton é que eu uso. "Saliva"; "Baba"; "Cuspo"; "Nada"; "Nenhum, odeio".

- bijutaria - eu não uso. Sou tão alérgica que até me coço só de olhar. Só ouro ou plástico. E, mesmo essa, ou sou eu que escolho, ou morre na caixa.

- pijamas - mas eu lá sou mulher a quem se dê um pijaminha? Vade retro.

- cenas para a cozinha que não servem para nada - tipo uma forma de plástico para hamburgueres ou um suporte para aguentar o livro de cozinha aberto. Já me deram ambos e ambos acabaram no lixo comum, nem pelo ecoponto passaram. 

- (já agora) : livros de cozinha - eu não uso. Faço tudo a olho e de memória. Improviso, acrescento, retiro, acho que nunca fiz duas mousses de chocolate iguais (e já fiz o quê? Quinhentas mousses? Acho que só tiveram em comum o chocolate).

- cenas que eu já dei noutro ano - já me aconteceu por duas vezes, com a mesma pessoa. Parou no ano seguinte, quando lhe (re)devolvi o bagulho.

No plano imaterial, a minha lista vai, por esta ordem, para os desgostos, desilusões e secas. Não me dêem secas. O meu grau de tolerância está a diminuir com os anos e os meus pais gastaram uma verdadeira fortuna com a minha educação, não é para agora desmoronar tudo como castelos na areia.

22/12/2013

Cinderela de galochas

Pois que não há dinheiro para as Hunter high heel e o que choveu na semana passada, já não me lembro em que dia? E o que é que estas duas realidades têm a ver uma com a outra? Uma desesperada busca por galochas de salto alto levou-me ao Sr. Américo, no OLX. Ele tinha à venda estas preciosas


por 6 euros, novas, nº 36. Yes, para mim que nem uma luva. Uma meia. Vai de o contactar, que sim, que nos podíamos encontrar no Jardim do Campo Grande, por ter bancos e eu poder experimentar as botas. Eu ai que não, uma vez que o senhor mora em Benfica, vamos mas é para o Fonte Nova. OK, tudo combinado, a senhora dê-me um sinal distintivo, para que eu a possa reconhecer. Eu ai que sou pontual, ai eu também, nem nunca me passaria pela cabeça deixar uma senhora à espera. Sinal distintivo? Ai porra, mas o que é que me distingue da população em geral? Não sou gorda, nem anã, não me falta nenhum membro, o meu cabelo tem a cor e o tamanho de 33,333333 % da população feminina, olhe, Sr. Américo, eu sou alta e gira, o senhor vai logo perceber quem eu sou eu levo uma malinha de senhora da TOUS, azul-bebé azulinha, a tiracolo. O senhor topou-me logo, vamos experimentar as botas para o meu carro, ai que giras, ai que baratas, ai que bem que me ficam, ai que bem que lhe ficam, como é que tem um pé tão pequeno com essa altura? Não cresceu, se calhar, todas as minhas extremidades são pequenas [se eu fosse homem, estava tramada/o], agora é só tirá-las e pagar-lhe, puxa, puxa, puxa, a galocha que não sai, quer ajuda? Ai, ó Sr. Américo, se calhar tem mesmo que ser. E era Linda Porca no parque de estacionamento do Fonte Nova com um desconhecido a puxar-lhe pela galocha, o que não me parece nada grave. Grave, grave, foi ter chegado a casa e me ter apercebido que tinha o fecho das calças desapertado. 

E ter passado a noite com um intenso cheiro a petróleo e borracha no meu quarto, pelo que tenho que enfiar as lindas na arrecadação e só as tirar de lá quando chover bem outra vez, tipo aqueles gajos que usam as correntes nos pneus, quando neva.

19/12/2013

17/12/2013

A imbuir-me do espírito, mas prenhe de dúvidas # 2

Serei a única pessoa no mundo que briga com a estrela toda a época de Natal? Nunca, desde que me conheço por gente, consegui pôr a estrela direita. Ela tomba para a frente, ela tomba para um dos lados, ela tomba, apenas. Uma vez colei uma mola da roupa na estrela e ela tombou na mesma, mais a mola. Quando consigo pô-la mais ou menos direita, há qualquer fenómeno que a faz tombar. Não sei se são sismos. Sismos que acometem as minhas árvores desde a infância, sempre ao nível da estrela. Isto pode ser um trauma ou um TOC que eu tenho.

Tirada num raro momento. Se lá for espreitar agora, já ela está como o pai natal e o Horatio Caine.

A imbuir-me do espírito, mas prenhe de dúvidas # 1

Por que é que o meu pai natal me lembra tanto o Horatio Caine? Há qualquer coisa na cervical dos dois... então quando lhe aperto o pezinho esquerdo e ele canta jingle bells a abanar a cabecita torta, é tal e qual um yééééééééééahhh!


Ele há coisas...

A pessoa vê esta tabuleta e canta mentalmente "As meninas de Odivelas, as meninas de Odivelas..."


Algo que diz que tenho a palavra "rica" escrita na testa. Ou "otária"

Ligou-me a dizer que tinha um trabalho para me dar. Ai que bom, pese embora eu saiba que ela me pede sempre que lhe faça preço para amigos. Nem sei bem o que pensar do conceito, uma vez que esta pessoa surgiu na minha vida por ser irmã de uma conhecida. Não estou em fase de poder recusar trabalho, mas aceitar ao preço que ela me pede é irem-me ao cu e não me pagarem, essa expressão popular tão agradável ao ouvido. Mas digo-lhe que sim. Entre pouco e nada, para esta semana temos o pouco.

Surge-me de namorado novo (vulgo recente, o senhor tinha muito cabelo, mas todo branco), carro bom, cabelinho pintado há pouco, roupa bonita, boa maquilhagem. E começa a beca: que está numa situação muito difícil, que vai ter que mudar de casa por três ou quatro meses (wtf?), que não está a aguentar financeiramente, que, a este ritmo, se vai estoirar em breve (sic). Só faltou estender-me o saco de plástico para ajudar a freguesia de Famões. Ou os animais abandonados. Eu já quase derretida de dó natalício. E a beca continuou, com outro assunto, na mesma direcção: que ainda me vai pedir os meus serviços noutra área [que eu também abarco, por ser uma polivalente da vida], porque tem que resolver a vida dela, só que tem que ser um serviço não pago (o termo usado não foi este, mas eu prefiro escrever este porque vocês são uns espertalhudos e ainda me topam). E eu ali, especada, no meio da rua, já quase dobrada de tanta caridade humana, só à espera que ela me pedisse dinheiro para as fraldas da associação de ajuda aos aflitos do bairro dela e fosse a correr gastá-lo no hidratante da Lancôme que tantas maravilhas faz à minha cútis e tanto mal faz ao meu invejavelmente magro orçamento. 

A voltar para casa, no elevador, já a decisão tomada de lhe oferecer - dado! - o trabalho que ela me tinha vindo entregar, à medida que o elevador subia, assim me possuía a besta que se anda a apoderar de mim, contra tudo o que é pedincheira descarada e sem noção que, aproveitando-se do espírito da época, seja lá o que isso for, nos crava até as beatas e o cotão dos bolsos. Faço-lhe o trabalho, faço, mas não cobro preço para amigos a quem não é meu amigo. Perco uma cliente? Hã? 

15/12/2013

L'enfer c'est moi

Hoje consegui meter-me no Colombo porque fui para lá ainda não eram 11 da madrugada. É por situações como as várias que lá vivi hoje que me questiono muitas vezes se sempre quero ir parar ao inferno, em vez da pasmaceira do céu. Aterrorisa-me a ideia de levar com os anjinhos e as harpas, o dia todo a flutuar entre brancos e azuis-bebé, a ser boazinha, a falar candidamente, a apreciar com sentido fervor as asas dos outros e nunca mais ver um bom par de pernas ou de braços sem ter logo um pensamento pecaminoso. Sempre achei que lá em baixo é que é a farra, o calor, a risota, a desbunda, a festa. Mas hoje pensei duas vezes que, se o Hades for assim como o Colombo a nove dias do Natal, venham de lá os anjecos e que se lixe o vinho tinto, que eu devo quinar já cheia de caruncho e não devo estar propriamente para aturar o deboche diabólico. Pode ser que haja uma sub-cave para os indecisos, ou assim. 

Bom, saía eu do Tous R Us, loja cujo nome, já de si, me irrita. "Toys are us"? Ou "We are Toys"? É só estúpido. E saía eu completamente a fritar, porque lá dentro vivi na primeira pessoa uma cena épica derivado de a menina da caixa não ser capaz de perceber que dois brinquedos iguais têm, necessariamente, o mesmo preço, o que levou cerca de 15 minutos a explicar-lhe, envolveu mais duas colegas e, ainda assim, não a deixou convencida. Chego ao balcão para roubar papel de embrulho, e digo muito bem roubar, porque uma coisa é a pessoa tirar o papel que precisa para embrulhar as prendas que ali leva, outra coisa é o que eu e 99% das pessoas fazemos, que é tirar quantidade suficiente para forrar a casa toda, e então, estou a enrolar o papel naquela arte um bocado paneleira que se inventou há uns anos para cá, que é a de fazer um rolinho saído do rolo, e está ao meu lado, a embrulhar coisas, uma pessoa que me começa na beca-beca da pedincheira nataleira e eu passo-me. Pelo que percebi em décimos de segundo, era voluntária numa associação de ajuda a tudo - sem-abrigo, pobres, crianças desvalidas, mulheres sovadas, cães sarnentos, eu sei lá, aquilo dava para todos os gostos. Foi o momento em que um bom quarteirão do Colombo, desde, pelo menos, a Tous até quase, vá lá, à Calzedonia, ouviu um grito que terminava na palavra Famões. A voz elevou-se-me à medida que proferia a frase, e a palavra Famões já foi dita num urro, com esta vozinha que é quase um contralto dramatique que o Hades há-de(s) apreciar.

- Sabe para o que é que me pediram ontem? Para a freguesia de FAMÕES!

É isso aí...

Vi a reportagem acerca do assassinato da Alexandra Neno e do Diogo Ferreira. Não sei o que é que queria perceber, que não percebi na mesma. Mas a irmã dela disse uma frase que me atravessou o coração:

- O amor não vai com a morte. Fica aí, no ar...

14/12/2013

Assim não consigo imbuir-me do espírito

Hoje resolvi fazer compras de Natal. No caminho para o Colombo fiz a chamada fuga em frente - por causa das bichas - e fui parar ao Continente. À entrada estavam umas pessoas a distribuir sacos de plástico para ajudar as pessoas necessitadas da freguesia de Famões. Eu aceitei o saco porque sou cobarde e bem-educada, uma vez que no meu interior uma varina gritava: "Vai mas é para o c****** que te f*** e mais Famões, que eu nem sei onde c****** fica no mapa". Deitei o saco fora na primeira oportunidade, que foi logo ali onde ficam os carrinhos e os cestos. Depois fui para o Pingo Doce e à entrada estavam as voluntárias dos animais abandonados, de olho colado em mim, mas eu fintei-as no momento em que elas saíram do seu posto para se aproximarem, tendo-me, propositadamente, confundido com a multidão e as baralhado. No trânsito estão os peditórios para os antigos combatentes (pois. Isso), feitos por uns senhores muito sujos, a cheirar a álcool etílico e cujo discurso é mais ou menos incoerente. E qual é a probabilidade de se acercarem do vidro do meu carro e se demorarem mais uns cerca de 10 a 15 segundos do que se demoram nos outros carros, qual é? Acertasteis! São 100%! Aos outros, acercam-se, chagam e piram-se ao primeiro não. A mim, acercam-se, chagam, eu dou o primeiro não, e ficam, a chagar até a puta do sinal abrir o verde. Qual é o truque dos outros automobilistas? O que é que dizem? Se calhar também os mandam logo para o c******* que os f***. Não sei por que tenho que ser assim, cobarde e bem-educada. Por fora.

13/12/2013

12/12/2013

Karmen is a bitch

que é como diz uma das gajas. Recusa veementemente que o Karma seja masculino. Karmen.

Estou ao telefone com o Primo, que me ligou a dar Boas Festas. Enfim, é cedo, mas o Primo queria ligar-me. Digo-lhe que ele me dá sorte porque, cada vez que falo no chat com ele, aparece-me um trabalho novo.

Estrondo do lado de lá.

Espera, Prima, bateram-me no carro, já te ligo.

Primo, tás c'a Karmen, escuta o que eu te digo. 

08/12/2013

As imagens falam por si (e por mim)


Verniz Springfield, Rubi, em duas camadas + topcoat de uma marca que não me lembra o nome, mas também ninguém me paga para dizer isto, senão era certinho que chibava aqui tudo e até lhe rasgava elogios. Mas sim, resistiu a tudo, água a borbulhar incluída, e continua inteiro.

Quando tens uma mazela, tudo vai parar a ela - Ditado # 11

Hoje estou para aqui virada. Os ditados populares acompanham-me como pragas em rima. Mas o meu dedo indicador esquerdo é a prova em como não se pode ter uma feridinha mísera num dedo, que tudo lá vai bater e fazer mais feridas ou agravar aquela. 

Na terça-feira fiz um golpe no dedo agora em análise, numa pasta de plástico. Nada de grave. Na quarta-feira fui dar sangue e, para que a médica me medisse a hemoglobina, picou-me a ponta do dedo, mas, desta vez, deixou-me uma pequena nódoa negra. Na quinta-feira estava a cozinhar massa e meti o mesmo dedo na água a ferver, não sei bem porquê. Sexta e ontem dei-lhe descanso, mas hoje já lhe fiz um pequeno paper cut, de modos que estou a pensar amputá-lo logo à noite, antes que o electrocute e a corrente se me pegue ao corpo todo ou se me descole a unha. Ou assim.

Quem não tem dinheiro, não tem vícios - Ditado # 10

Ou, como diriam os ingleses, "No money, no funny".

Isto é um conselho, pelo que vale o que vale. E também imagino que vós, que sois jovens e avisados, já sabeis tudo sobre esta vida e não achareis aqui ensinamento. Mas não resisto a transmitir, à mesma, mais uma experiência de vida minha: quando tiverem um cliente que vos foi arranjado por um amigo, negoceiem directamente com o cliente desde o início e pontapé no cu do amigo - nem que ele seja o vosso BFF - logo que o primeiro contacto entre vocês e o cliente se estabeleça. Caso contrário, o cliente não se sente na obrigação de vos pagar - ou sente menos -, mas sente-se no direito de vos cobrar trabalho. E o amigo corrobora as palavras do cliente que arranjou, dando margem para que não haja pagamento, ou que ele se atrase ad infinitum, e ainda se sente no direito de vos dar uma lição de economia, ou coisa que o valha. Complicado? Então, vejamos com um exemplo, na prática:

Imaginemos que tive um cliente que era um município. Não vou dizer que era uma Câmara Municipal, porque é chato. Também não vou dizer de onde, porque isso então é mesmo de porca, e eu sou apenas Porca. Na adjudicação do trabalho, mil exigências: um prazo espartano, um preço sem margem, factura, o diabo a sete. Trabalho feito e entregue, pagamento sem data, ai o município está falido, ai as eleições, ai o staff mudou, ai. Promessa vaga (adiamento...) de pagamento até final de Novembro, um mês e meio depois da conclusão do trabalho. E eis que Novembro acabou. E nada de pagamento. Cortezmente, dirigi-me, em primeiro lugar, ao intermediário amigo que me pusera em contacto com o freguês municipal. Que teve o azar de me responder: "Estás fora da realidade! Anda todo o país assim!". Querido, hã? Quem precisa de inimigos? Comeu com este recado, para além, é claro, de ter falado directamente para a Câmara e ter resolvido o meu assunto em menos de dois minutos: "Não estou, não. Escusas de avançar com esse tipo de argumento. Fora da realidade está quem ainda não se adaptou aos novos tempos, à vida com menos. Fora da realidade está quem não fez o reajuste e continua a viver da mesma maneira com menos dinheiro".

07/12/2013

Eu sabia que, no fundo, um dia, as minhas pernas iam aparecer no Correio da Manhã. E a coisa deu-se esta semana.

Só não sabia que não era nos mortos assassinados. Sabia apenas que não era nos anúncios das massagistas, lá no meio dos regos.

Como a esquerda é mais bonita que a direita, ponho só aqui a esquerda. E calçados, estão os sapatinhos bought in Massamá. Um bocado foleiros, mas, para o CM, estão fixes.


Rockin Santa

O Natal também pode ser pop rock do bom.

05/12/2013

Nesta noite branca

Há uma sopeira em mim, que baixa no Natal. Uma roqueira também, mas essa fica para outras núpcias. Quando devia cantar mentalmente em repeat o "Last Christmas", que se tornou obrigatório ainda eu era tão verde - portanto, aos anos que isso foi - não.

Geralmente, passo a quadra a cantarolar isto:


O Natal é muito erótico.

04/12/2013

Desilusão quase amorosa

Nem sei como é que hei-de começar este post sem que, ao contar a minha pequena história de hoje, pareça que sou uma invejosa, uma stalker ou uma pobre de espírito. Mas pronto, vamos partir do pressuposto que sou uma das três coisas, ou todas muito. 

Quase todos os blogs que sigo são de pessoas mais ou menos anónimas, tal como este meu buraco. Digo mais ou menos, porque há quem vá pondo umas fotografias de perfil, na penumbra, de lado, de costas, etc., de maneira que se vai conhecendo a pessoa, o tipo físico, a idade, enfim. Mesmo as que são muito anónimas, por uma razão ou por outra, tem sido fácil conhecer-lhes a cara, através de coincidências várias, como seja, por exemplo, a grande ingenuidade que é porem-se como seguidores do próprio blog com o seu perfil verdadeiro, aquele que serve para o trabalho e os amigos. Ou, com esse perfil, deixarem comentários nos blogs dos amigos. Já aconteceu conhecer a identidade de uma blogger que teve a distracção de colar um post de outra blogger, comentando-o, e bastou ir ao facebook desse blog para ver quem é que fazia aquele tipo de comentários àquela pessoa - e lá estava, escarrapachado o nome e a cara que, no blog, só aparece em iniciais. Curiosamente, a mesma pessoa que comentou de forma tão mordaz um post, é das que vai para o facebook do blog criticado tecer elogios à autora dele. Estranhas, as gajas. Depois há quem mostre a cara ao fim de um tempo de anonimato e a coisa corre bem. Já conheci assim uma blogger, já outra me mandou uma foto de rosto sem eu lhe ter pedido - mas porque, de alguma maneira, sabia que eu me mordo de curiosidade - mas hoje deu-se a tragédia. E foi tão inesperada, tão indesejada quanto isto: andava eu na leitura de um blog dos "meus", quando reparei na foto de perfil de uma seguidora, mesmo ao lado da minha. Aquilo chamou-me a atenção porque me era "familiar". Cliquei em cima e fui ver os blogs daquela pessoa. Digo bem - os blogs. Vou exagerar, como sempre, mas apetece-me: são milhares de blogs, todos à volta do mesmo tema, mas tudo me dizia que ela era a tal, autora de um blog que eu sigo há anos. Queiramos ou não, há um cunho pessoal em tudo o que se escreve. Até o local das vírgulas nos denuncia. Mas o pior foi ter visto os N filmes no youtube que a pessoa em causa já postou. Filmes educativos - a sério! - em que aparece de frente, às claras, a falar para nós... e é de uma antipatia cortante. Nem vale a pena maior descrição: não é bonita, nem isso é relevante, tem uma dicção péssima, para quem fala para "as massas" mas, sobretudo, é tão antipática, transmite uma frieza e uma agressividade quando fala que, pá, adeus, nunca mais leio o blog de que tanto gostava com a mesma isenção. 

O anonimato, afinal, é uma boa protecção. Estou tão triste.

02/12/2013

Quando eu ganhar o Euromilhões # 4

Repare-se no quão próximo eu já estou: o meu boletim da passada sexta-feira devia ter sido premiado com um número e uma estrela. A chave era esta: 


O meu boletim era este:

(eu sei que está desfocada, mas caguê. Faz de conta que são vocês que precisam de óculos. O importante é acompanharem este raciocínio)

E o que é que estas duas série de números têm a ver uma com a outra? O sete. O 7 da vitória. O 7 nos números e o 7 nas estrelas - em ambas as séries. Isto só pode ser um sinal. Já sei 1/7 dos números que me vão sair. Nunca estive tão próximo.

E tenho tantos planos, será que demora muito?

01/12/2013

A minha dieta dos 31 - Dia 9

* 8:00 - Um pão de forno com queijo; um iogurte; um café.

* 11:00 - Um café.

* 13:30 - Sushi.

* 17:00 - 2 bolachas de linhaça (não, não estou de dieta de emagrecimento. Mas gosto genuinamente de coisas que é suposto serem de dieta).

* 19:00 - Avelãs (15 gr, para aí).

* 21:00 - A minha massa de salmão, que sobrou de ontem; bróculos; beterraba; uma tangera.

Resumo do dia: Hoje portei-me tão bem que amanhã devia fazer o dia da asneira e passar o dia todo a KitKat. E cajus. E amendoins com mel. E chocolate branco (pode ser o Ritter Sport, com avelãs). E bolachas Galak. E a minha mousse de manga. E a minha mousse de chocolate (também pode ser a do Honorato). E latas e latas, ou bisnagas, de leite condensado. E tarte de amêndoas, feita com leite condensado. E pipocas (doces e salgadas, marcha tudo). E queijos (todos!). E leitão da Mealhada (mas tem que ser do Pedro dos Leitões), com aquelas batatas fritas. Ah, e por falar nisso: e pacotes a perder de vista de batatas fritas Titi ou Saloinha. E migas de espargos. Migas de tomate. Migas de bacalhau. Migas gatas. E gelado do Santini - de manga, de brigadeiro e de pistachio. Por falar nisso, quilos de pistachios. E gomas, daquelas ácidas. E daqueles chocolates Rafaello (logo eu, que digo que não gosto de côco e depois como tudo o que leva côco). E m&m de amendoim. E aguentar tudo no estômago sem um ai. O pleno. A lócura.