12/12/2017

Eu também tenho uma árvore de Natal, ou pensam?

Era para ter sido montada a 8, que é uma espécie de tradição não vinculativa na minha casa, dia de dois dos quatro baptizados, dia de Nossa Senhora da Conceição (concepção, a quem justiça fiz), antigo Dia da Mãe, mas, essencialmente, porque marca o início dos trinta dias em que se aguenta a árvore em casa. Mais do que um mês do repolho — que, apesar de artificial, larga coisas verdes, enche de pó tudo à sua volta (há quem não aspire; não há quem aspire), e, a partir do dia, vá, 4 de Janeiro, já é lignum non grata —, parece-me demais.
Foi montada a 10, no limite do agora-já-não-aguento-é-não-ter-árvore-de-Natal. Algo que, não há muitos anos, era uma quase cerimónia, com direito a músicas natalícias de fundo (que me irritam, mas aguento e não choro), quatro crianças de barretes de Pai Natal (meus queridos duendes) a colaborar na decoração — brigando porque "tu já puseste mais bolas do que eu", "eu é que quero pôr a estrela", "estás a pôr os enfeites todos no mesmo sítio, este lado está careca", "eu não chego lá acima!" —, passou a ser uma tarefa que resolvemos os dois, em talvez quinze minutos, por uma estar fora, outra estar dentro mas sem vontade, outra ter ido ali "já volto, é o tempo de lavar os dentes" e o outro ter procrastinado com um "já vou". (Meus queridos duendes, onde vos haveis escondido, seus patifórios?) (Estão todos convocados para a desmontagem.)
Ficou azul, a minha árvore. Um pouco escura, porque é verde (não percebo porquê). Mas cheia de luzes, que este ano todas têm forma de amor.


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