15/12/2017

Encerrada que está a época da caça

à prenda de Natal ideal, chego a conclusões dispersas:
1. Este ano, num largo gesto de extrema abnegação, não comprei nada para meter no meu próprio sapato. [Nem mesmo um par de sapatos que vi na Pimkie* e pelos quais fiquei a chorar lágrimas de sangre, porém não me serviam. Eram dois números e meio acima do meu, e digo-vos que raramente senti tão premente desejo de que me crescessem os pés até ao 39, mas mamã, por que não me haveis feito patuda, contudo?] Aquilo que comprei, estreei logo. A vida é demasiado curta e sabe-se lá.
2. Consegui, das vinte e três prendas que comprei, não alcançar a perfeição em nenhuma delas; não espero por oooohs, nem por aaaaahs. Se os houver, o problema sou eu, não são eles. 
3. Dei por encerrada a caça há coisa, mais coisa, menos coisa, de meia-hora, e ainda estou em modo de esgotamento nervoso e também físico; os meus braços não me obedecem, apesar de me encontrar aqui a teclar, embora isto seja o meu piloto automático por mim, eu sou apenas um co-piloto exaurido e demente, em mayday.
4. As lojas dos chineses são caríssimas, fujam de lá, nem que seja a sete pés pequenininhos.
5. O povo ensandeceu antes de mim, o que não me traz alegria, porém, enfim, algum alento. Ontem assisti ao seguinte diálogo entre uma senhora-com-imperiosa-e-irreprimível-vontade-de-se-exaltar e um funcionário-daquele-armazém-de-tudo-criado-pelo-Demo: "Olhe, onde é que eu posso fazer uma reclamação?"; "Muito bom dia, minha senhora. Do que é que se trata?"; "É que isto está marcado a um preço e ela  [desgraçada-funcionária-de-uma-de-cinquenta-caixas-que-aquilo-tem] cobrou-me outro”. [Aposto o meu braço direito em como o preço cobrado foi superior, caso contrário a revolta + reclamação desvanecer-se-iam num pum]; "Quando é que a senhora fez a compra?"; "Agora mesmo". [Don't wish you a merry Christmas, you musty.]

* NMPPI


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