27/09/2017

já não há amores-perfeitos

Ficaram tombados, como frágeis guerreiros ao primeiro combate, arrancados, amputados, atirados pelo ar. 

E depois vi-nos penduradas de falta de ar, também nós arrancadas, amputadas, atiradas pelo ar. 
Reconheci-te, quando a senti em mim, a velha vontade de derramar pérolas pequeninas, inundando de cristais o chão de terra alcatifado. Lembro-me das tuas mãos miudinhas a tapar os olhos, o silêncio de um soluço percebido num movimento magrinho.
Amadurecemos, mana. Envelhecemos, sabes? Temos que voltar a ser pequeninas e apertar o abraço nas horas de tempestade. Diz que dos maduros não reza a História, e ambas sabemos que um destes dias teremos que nos fazer fortes como dantes e deixar correr o canal.