31/03/2016

31 de Março

Hoje quis vê-la, procurá-la vestida de branco, como nem no dia em que se foram e se souberam um do outro, encontrar-lhe um sinal de não ter desaprendido de cor a cor, de olhos lindos, do mar da Figueira — nem verde, nem azul. 
Talvez me aninhasse nela e lhe perguntasse que dia é hoje. 
Depois fecharia os olhos e sonharia com a resposta, clara e cantada, 31 de Março, o dia em que o teu pai e eu casámos, na Figueira da Foz. 
Não fui, hoje. Atrasando-me, desisto de me antecipar: daqui a quarenta anos, serei eu, ali. Falta muito pouco.
E o mar da Figueira estará lá sempre.

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