20/01/2016

Eu, chata, me confesso

Tanto preconceito deitado ao vento, dir-me-ão os poetas. Concordo.
Tanta pomba assassinada.
Sou uma chata, pior que a potassa. (Com O, tá?) Mas não aguento ver destratada a minha língua. Essa, que trago dentro da boca, mas, e sobretudo, a que me povoa e voa dentro da cabeça. 
Estava outro dia a assistir a uma palestra, cujo moderador é uma pessoa bem falante e bastante bem sucedida, em termos de captação de atenções. No entanto, por várias vezes me deixei perder no discurso, pelos tropecinhos (não lhes posso chamar tropeções, quem sou eu?) que ele cometeu na lusitana paixão que é a minha: 
Descoram os pormenores [lixívia nos pormenores, é no que dá];
Nem nos melhores hospícios [é onde vou parar, por este andar, à falta de auspícios...];
Expectativas desfraldadas [como um bebé, a partir dos dois anos de idade...];
Usem de determinismo [e nunca de determinação, não vá aparecer aí o Nietzsche com aquelas noções de livre arbítrio, que só escrever o nome dele já cansa, tzsch];
Amiudamente [sinónimo de agarotamente].
E note-se que eu sou uma besta a falar. A sério. Continuo a guardar como minha, a frase de Martin Amis, Penso como um génio, escrevo como um homem de letras e falo como um idiota. Mudando o que há a mudar (designadamente, a parte relativa ao ser um homem), esta é a minha descrição. 
Uhhh.

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