23/06/2014

Querida MEO, odeio-te

É certo que eu podia vir para aqui embirrar com o jogo de ontem, as sobrancelhas do Cristiano Ronaldo versus jogar à bola - que é só para isso que lhe pagam(os) -, com o mau tempo que nem uma praia rápida dá, ou com a minha vida, que isto há dias em que só apetece partir a loiça toda e ir comprar nova à SPAL* ou à Vista Alegre*, que eu não faço por menos e sempre ia adiantando os meus dias de Euromilhões. Mas apetece-me mais embirrar com a MEO.

A MEO tem um processo qualquer de, remotamente, saber quais os canais que os seus utilizadores mais vêem. Também tem um pacote à venda, chamado MEO Total, substancialmente mais caro que o meu pacote (plim, uma piada ordinária aqui prá mesa 3, por favor). E também, é claro, tem um poder soberano de, remotamente, determinar quais os canais que nós, clientes que pagam a sua conta, podemos ver. Vai daí, munida destas três vantagens, retirou-me o meu CBS Reality, que era o meu canal preferido. Pausa para respirar e para explicar que, para mim, a televisão é entretenimento, desopilanço, esvaziamento mental, distracção. Portanto, e retomando, assim, sem aviso, fiquei sem o meu Medical Detectives - nunca aprendi tanto sobre investigação criminal na minha vida! -, o meu Dark Waters of Crime - a sério que a mente humana consegue ser tão perversa ou é só nos Estados Unidos e na Austrália? -, e sem o meu Crime Stories - mais do mesmo. Na verdade, passava à frente todos os outros programas (o povo do Hoarded já me metia um bocado de nojo, o Judge Judy era um bocado didático demais - para além de o nome do programa ser um trava-línguas meio irritante -, Rescue Medium não me apanham a ver nem naqueles dias em que me sinto na pele de uma loura e, quanto à sobrevivência de casais com seis gémeos, digamos que isso me interessa zero), o que pode ser sintomático de aqui se esconder uma investigadora criminal frustrada, já que uma criminosa potencial não me parece. 

É certo que, naquelas entrelinhas pequenininhas (normalmente, escritas em letra 6 e a vermelho) do contrato, deve estar qualquer autorização para que a MEO possa determinar a minha vida, apesar de - repito - ser eu a entidade pagante. Mas não perdem pela demora e vão mesmo levar comigo. Me cansei de lero-lero, dá licença mas eu vou sair de sério, quero mais saúde, me cansei de escutar opiniões de como ter um mundo melhor, mas ninguém sai de cima desse chove e não molha. 

* ninguém me paga para isto.

4 comentários:

  1. Resolve-me isso, mulher! Para o bem da tua sanidade mental. O desopilanço é uma necessidade muito séria. Eu nem quero imaginar-me a passar por uma situação dessas!

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    1. Tem que ser, senão ainda piro. Quem sou eu sem os meus criminhos para adormecer? Tu não sabes o que tem sido a agonia!

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    2. Lamento a minha falta de solidariedade, mas que Zeus me livre dessa agonia!

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    3. Deixa lá. Estou habituada a sofrer sozinha. Não em silêncio, mas sozinha :P

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