24/04/2014

O maravilhoso mundo feminino # 3

Ida ao Colombo, dois objectivos principais (ou duas desculpas, uma vez que são as que ficam para o final da volta): comprar um estendal novo (muito estendal se parte em meu recinto) e uma prenda de aniversário. A volta começa pelo preenchimento de um objectivo secundário (ver, rever, namorar, talvez até casar com o triquini mais bonito do universo), pelo que corro as lojas. Não me lembro se vi o trik na Oysho ou na Women'Secret. A idade não perdoa. Podes ainda poder vestir um triquini, mas o facto de não te lembrares onde o viste estraga-te a volta. Na Oysho não está. E os biquinis já cansam. Quando gosto da parte de baixo, não gosto da de cima e vice-versa. E já tenho uma colecção tão vasta de biquinis que chego a esquecer-me de usar um ou outro durante um Verão. Tenho que tomar Memofant para mulheres. Rumo à Women'Secret, já com os pés a latejar. Levei uns saltos altos que já não usava há um ano e o meu delicado pezinho lá se ressentiu. Comecei a fazer uma pequena bolha no dedão do esquerdo, que, de pequena, passou a gigantesca - ou não, mas doía para cornos, quase me tomava a perna toda, ou todo o meu lado esquerdo. Na Women'Secret, não encontro o trik, mas também já levava as vistas tão turvas de dores que, mesmo que ele lá estivesse multiplicado por mil, eu não o teria visto. Penso na Primark. Ainda tenho que ir ao AKI ver do estendal, tenho a minha esquerda toda a latejar, mas tenho mesmo de ir à Primark. Lá há triquinis, mas só em preto e um com um padrão que metam-no no cú, com cavalos. Eu não quero preto. O "meu" triquini é vermelho e lindo. Na Primark estou a ponto de começar a ganir de dores. Descalço o sapatinho e vejo a bolha, rebentada, a pele toda a espalhar-se pelo dedo, esfolado, socorro, preciso de umas muletas! 

Começo a raciocinar. Na Primark há pensos rápidos. Eu já não tenho pés para ir à farmácia. Um deles desfez-se. Até na alma tenho dores. Com tudo isto a fazer parte do meu raciocínio, procuro os pensos rápidos. Escovas de cabelo, escovas de dentes, esponjas maquilhantes, molas para a roupa (wtf?), estojos de unhas, mas nada de pensos. Já sei, vou usar uma tesoura destas e corto um bocado de penso diário que tenho na mala e faço uma almofadinha para a ferida... ah, os pensos rápidos. Uma lata gira, 3 euros. Nem que custassem 30, com o osso à mostra é que eu não posso ir ao AKI. Até ao carro, isto enchia-se de larvas. Até casa, gangrenava. Pago a lata, sento-me num banco a pôr o penso - que é tudo menos esterilizado - e assalta-me a dúvida: qual ponho? São todos tão giros... tenho pena de estragar um... Ponho o menos giro e sigo. Passo por umas chinelas de borracha que, cada dois pares, custam 2 euros. Acabei de dar 3 pelos pensos e mantenho nos pés os sapatos da tortura. Gloriosos, lindos. E de salto alto.

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