05/06/2013

The answer to a question

Pergunto-me se a idade das pessoas determina o quão parvas são. Não. Mas há exemplares que se nos atravessam pela frente, ao longo da vida, cujas atitudes tendemos a justificar com um "coitado, é velho", ou "é parvo, é jovem". Nesta última categoria insere-se a mais recente - e também mais jovem - aquisição da senzala onde, voluntariamente, eu apareço todos os dias para que abusem física e psicologicamente de mim de forma mais ou menos consentida. O rapaz em questão tem coisa para 23 ou 24 anos - ele um dia disse-me, mas eu esqueço-me de tomar o Memofant e depois queixo-me. Na verdade, não me interessa que pdi é que o boy carrega, o que interessa para aqui é a tendência que mais gente do que só eu tem para achar que aquilo tudo se deve ao facto de ele ter largado as fraldinhas há menos tempo do que qualquer um de nós. O que é um raciocínio oblíquo, tendo em conta que existem ali dentro mais duas pessoas na mesma faixa etária e que não são assim (pronto, ok, a rapariga é tola de todo, mas o outro rapaz tem vindo a melhorar com o convívio, ou nós a habituarmo-nos a ele). Senão, vejamos: imaginemos o seguinte cenário - estamos cinco pessoas, para além do memé, numa sala de trabalho (nas senzalas trabalha-se). O petit, do nada, baixa-se para apanhar não sei que merda do chão (se calhar nenhuma, foi o pretexto que arranjou para o awkward moment que se seguiu), agarra nas duas abas da camisa, aberta quase até à cintura, e exclama: 

Eu não tenho pêlos no peito!

Assim. Eu. Não. Tenho. Pêlos. No. Peito.

Nem no cérebro. 

Os instantes que se seguiram foram de verdadeiro pânico, designadamente porque quatro das cinco pessoas ali presentes somos mulheres e não queremos saber o que c. fez ele à porra dos pêlos. Do peito. 

A clássica situação "The answer to a question I never asked". Que nós sublimamos com um coitado, é parvo, é jovem. Mas não pode ser isso. Este é dos tais que, um dia que deixe de ser jovem, vai sempre continuar a sua escalada de... parvo.



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